segunda-feira, setembro 05, 2005

Pessoa

O Amor é uma Companhia
Alberto Caeiro

O amor é uma companhia.
Já não sei andar só pelos caminhos,
Porque já não posso andar só.
Um pensamento visível faz-me andar mais depressa
E ver menos, e ao mesmo tempo
gostar bem de ir vendo tudo.
Mesmo a ausência dela
é uma coisa que está comigo.
E eu gosto tanto dela
que não sei como a desejar.
Se a não vejo, imagino-a
e sou forte como as árvores altas.
Mas se a vejo tremo,
não sei o que é feito do que sinto na ausência dela.
Todo eu sou qualquer força que me abandona.
Toda a realidade olha para mim
como um girassol com a cara dela no meio.

2 comentários:

RBT disse...

Who's a Looter? In Storm's Aftermath, Pictures Kick Up a Different Kind of Tempest
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Vc e seus poemas escolhidos a dedo... boas reflexões sobre o marxismo ali em cima, hein?