quinta-feira, agosto 23, 2007

Janer Cristaldo I

Quinta-feira, Agosto 23, 2007

DOIS QUARTOS PREOCUPANTES






O primeiro é do Reino Unido. Segundo as notícias, um quarto de todos os bebês do Reino Unido tem um pai estrangeiro. No ano passado ocorreram 735 mil nascimentos do país, contra 663 mil quatro anos antes. Em 2001, a percentagem de pais estrangeiros era de 20%. Hoje é de 25%. Segundo um porta-voz do United Kingdom Office for National Statistics, isto reflete o efeito cumulativo da imigração nos últimos 40 anos e todas as evidências são de que estas cifras persistam.



O problema não é exatamente que um quarto dos bebês tenha pais estrangeiros. O problema é que boa parte deste quarto tem pais muçulmanos. Há alguns meses, o mesmo organismo de estatísticas noticiava que o segundo nome mais popular entre os meninos nascidos na Inglaterra é Muhamad. Jack ainda está em primeiro lugar, mas isso não deve durar muito. O nome Aisha ocupa a 110ª posição entre os nomes mais populares para meninas. Os pais britânicos que batizaram seus filhos de Moahamed são em geral originários de Bangladesh, Índia, Paquistão e de países árabes. O nome muçulmano para os filhos é uma tentativa de reforçar os laços com a religião de origem.



Quando deixará o Reino Unido de ser majoritariamente britânico? O recenseamento de 2001 revelou que as famílias inglesas muçulmanas totalizam de 1,6 milhões de pessoas, ou seja, 8% do total da população. A taxa de natalidade dos britânicos é de 12,3 nascimentos por 1.000 habitantes. Entre os muçulmanos cresceu 12% nos últimos sete anos. Depois da França e da Alemanha, a comunidade muçulmana no Reino Unido é a terceira em tamanho na Europa. Analistas já aventam a hipótese de o Reino Unido tornar-se um país muçulmano. Até aí, problema dos britânicos. Para nós, o mais preocupante é o segundo quarto. O nosso.



Os jornais de hoje noticiam que o programa Bolsa Família atende quase um em cada quatro brasileiros, segundo estudo divulgado pelo Ministério do Desenvolvimento Social. De setembro de 2005 a março de 2007, o número de famílias atendidas cresceu 46,05%, passando de 7,6 milhões para 11,1 milhões. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), o número de brasileiros beneficiados pelo programa - isto é, aquela gente toda que não trabalha e fica à espera da esmola estatal a cada fim de mês - hoje chega a 45, 8 milhões de habitantes.



Em outras palavras, o Brasil que trabalha está levando nas costas, em números aproximados,



- dois terços da França

- uma África do Sul

- quase toda uma Espanha

- duas Coréias do Norte

- quase três Chiles

- quatro Cubas

- mais de quatro Grécias ou Bélgicas

- cinco Suécias

- 7,5 Israéis

- nove Finlândias

- treze Uruguais


- Enviado por Janer @ 5:26 PM

Janer Cristaldo



MEUS PRAZERES PERVERSOS


Ouvir besteiras de figuras ilustres é um de meus prazeres perversos. Sei lá por quê, mas me diverte. Ontem, o Supremo Apedeuta me proporcionou mais um desses prazeres, ao defender o Bolsa-Família. "Tem gente que critica o Bolsa-Família como um programa assistencialista, porque a gente está dando o direito de os mais pobres comerem. Agora, essas mesmas pessoas não criticam uma bolsa de US$ 2 mil que a gente paga para um doutor se formar no exterior. Não podemos aceitar o preconceito contra a bolsa que a gente dá para as famílias mais pobres comerem o feijão que precisam comer".

Para começar, Lula assume como sendo obra sua o tal de Bolsa-Família. Em verdade, é a unificação de programas assistencialistas anteriores do governo Fernando Henrique, como o Bolsa-Escola, Vale-Gás, Bolsa-Alimentação. Em sua insciência, o Apedeuta quer agora comparar esmolas de fundo eleitoreiro com especialização no Exterior. O Bolsa-Família é esmola sem contrapartida. A formação de doutores no Exterior é sinônimo de importação de ciência, tecnologia, know-how. Há um retorno, um ganho em capital humano para o país. O único retorno do Bolsa-Esmola é o voto nas próximas eleições.

Bem entendido, há doutorados completamente inúteis, que só servem para desmoralizar o programa de bolsas no Exterior. São as bolsas concedidas a acadêmicos que vão estudar a obra de Machado de Assis ou Nelson Rodrigues em Paris ou Londres, que pretendem analisar o uso do pronome relativo na poesia de Fernando Pessoa ou os elementos cabalísticos na ficção de Guimarães Rosa. Isto, de fato, é dinheiro jogado no lixo. Sem falar nos doutorandos que passam quatro cinco anos no Exterior chuchando nas tetas do Estado e voltam de mãos vazias. Confesso nunca ter visto em minha vida qualquer punição imposta a esses universitários. Não falo em cadeia, afinal não mataram ninguém. Mas pelo menos perda do emprego e devolução do recebido. Denunciasse o Supremo Apedeuta esta corrupção universitária, eu - que o abomino - seria o primeiro a cumprimentá-lo.

Mas não. O analfabeto estabelece um paralelo esdrúxulo, algo como comparar laranjas com triângulos isósceles. Infeliz do país de Terceiro Mundo que não envia seus universitários aos grandes centros de formação. Mas isto está longe do alcance de um bruto que se gaba de ser monoglota e inculto. O pior é constatar que este bruto conta com a adesão da maioria da nação. O Brasil elegeu e reelegeu Lula? Se isto antes me indignava, hoje não me indigna mais. Estou inclusive espiritualmente preparado para um terceiro mandato. O Brasil votou nele? Então o merece. Triste é ver a parte sadia da nação ter de viver este carma. -


Enviado por Janer @ 12:34 PM



Extraído do blog de Janer Cristaldo
www.cristaldo.blogspot.com

terça-feira, agosto 07, 2007

Do orgulho


Orgulho s.m. 1. Alto conceito de sí mesmo; soberba. 2. Ufania; satisfação; desvanecimento . (minidicionário Luf)

Orgulho
BRANCO?
Orgulho
NEGRO?
Orgulho Macho?

Orgulho
GAY?
Orgulho de que?


Sou d’um tempo em que, para um homem honrado, ser chamado de orgulhoso era motivo de vergonha.